Todos os povos, sejam de origem religiosa ou apenas em sua nacionalidade, possuem algumas peculiaridades gastronômicas quando comparados aos demais. No caso dos judeus ortodoxos, essa peculiaridade é a dieta Kosher, que influencia todos os tipos de alimentos e produtos utilizados por eles. Essa influência, portanto, se estende ao vinho, e acabou dando origem aos vinhos Kosher.
Os vinhos Kosher podem ser produzidos somente com uvas provenientes de regiões judaicas, e esse é só o começo dos fatores que os separam dos demais vinhos no mercado. Provavelmente, a maior particularidade desses vinhos é que, depois de o suco da uva ter sido fermentado e transformado em vinho, a bebida não pode passar mais por nenhuma máquina, e somente judeus possuem permissão de entrar em contato com ela até ser engarrafada. Curioso, não acha? A seguir, entenderemos um pouco melhor esse processo.
O que é o vinho e a dieta Kosher?
O vinho Kosher é apenas um coadjuvante nessa história toda, pois ele é somente uma parte do sistema Kosher, que é definido pelo Torah, a bíblia judaica, onde as práticas e doutrinas dos judeus são determinadas. O sistema Kosher é uma parte dessa determinação, onde Kosher significa aquilo que é bom, ou de confiança. Devido a isso, é através do sistema Kosher, estabelecido pelo Torah, que os alimentos que são permitidos para consumo são determinados, estabelecendo um altíssimo padrão de qualidade.
Na prática, todos os alimentos e bebidas produzidos pela indústria devem ser analisados por rabinos especialistas. Esses profissionais irão determinar se os alimentos analisados atendem aos requerimentos desse padrão de qualidade, e só então irão lhes consagrar com o selo Kosher, permitindo a sua inclusão na dieta ortodoxa.
É claro que somente nem todos os judeus consomem somente alimentos Kosher. Com o passar dos anos, uma tolerância maior passou a ocorrer em diversos grupos religiosos do mundo, onde as partes mais conservadoras e restritivas dos seus textos sagrados acabaram se desgastando devido aos tempos modernos, e são seguidas somente pelos praticantes mais conservadores.
Como são feitos os vinhos Kosher
O vinho é uma bebida muito especial para os judeus, pois a folha da videira é um símbolo da sua religião e, por isso, a sua produção é levada muito a sério e os critérios para considerar um vinho Kosher são bastante rigorosos. Apesar disso, esses vinhos não são produzidos com tipos exclusivos de uvas e, na verdade, o seu processo de produção é bastante similar ao dos demais tipos de vinhos disponíveis no mercado.
A primeira regra da produção dos vinhos Kosher é o orlah. O orlah se trata de uma restrição que determina que as uvas usadas na produção desses vinhos devem ter pelo menos 4 anos de idade. Somente depois desse período elas podem ser colhidas e prensadas para produzir o vinho Kosher. A segunda regra é o shmita, e ela diz respeito ao vinhedo. O shmita é praticamente um sabbath do vinhedo, onde, a cada sete anos, ele deve descansar e, por isso, nada deve ser cultivado nele.
Por fim, existe a restrição que mencionamos no início do texto. Durante todo o processo de produção de um vinho Kosher, somente judeus ortodoxos podem participar do manuseio das uvas e do vinho, e nenhuma outra pessoa pode entrar em contato com a bebida, senão ela perderá todo o seu valor. Da mesma forma, as máquinas utilizadas para produzir o vinho devem ser consideradas Kosher também, assim como os ingredientes utilizados durante toda plantação e cultivo das uvas, até a fermentação do vinho.
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