Como é feita uma rolha? Conheça o processo

Uma rolha tradicional – diferentemente das rolhas de materiais sintéticos que podem ser encontradas atualmente – possui um processo de fabricação muito interessante. A rolha é feita a partir da casca de uma árvore chamada sobreiro – típico da região mediterrânea, e especialmente comum na Espanha e em Portugal.

A casca dessa árvore é a chamada cortiça, de onde são feitas as rolhas tradicionais que consistem, basicamente, em um corte ou conglomerado da matéria dessa casca. Se você quer saber como é feita a rolha, confira essa explicação sobre o curioso processo de fabricação, desde seu plantio, até o tão esperado momento de tampar a garrafa de vinho:

Plantio e coleta

Todo o processo de fabricação de uma rolha começa em um floresta. Para que ela seja feita, é necessário ter cortiça – a casca da árvore chamada Sobreiro. A cortiça é uma camada de proteção da árvore, especialmente útil para protege-la de incêndios nas secas florestas mediterrâneas. O sobreiro pode levar até quarenta anos para que possa ter sua primeira camada de cortiça retirada.

Assim que começa a produzir, realiza-se a coleta da casca uma vez a cada nove anos, em um mesmo local. Dessa forma, a cortiça adquire a maturidade necessária para ser convertida em rolha, e a árvore não é prejudica.

Uma vez retirada a cortiça, marca-se o ano em que a coleta foi feita no tronco da árvore, para evitar erros.

Triagem e armazenamento

Uma vez coletados, os pedaços de cortiça são armazenados para realizar a triagem. A triagem define quais pedaços podem produzir rolhas integrais e de alta qualidade. Um rolha de qualidade superior pode custar mais de um Euro por unidade, enquanto outras podem custar poucos centavos.

Tudo dependerá da qualidade da cortiça e da capacidade de fazer rolhas integrais. As integrais são aquelas em que se corta manualmente o formato da rolha na própria cortiça, saindo absolutamente inteira. Há, ainda, as rolhas técnicas – feitas a partir de segmentos de cortiça reunidos em um produto final. Essas geralmente possuem um valor significativamente inferior.

Fervura

O próximo passo é ferver a cortiça. Pode parecer estranho, mas a fervura da casca é necessário para que ela possa ser amaciada e limpa de qualquer tipo de contaminação. Trata-se, ao mesmo tempo, de um procedimento de assepsia e de facilidade do manuseio.

Utiliza-se água filtrada e totalmente limpa, que é trocada algumas vezes durante o procedimento para garantir que a cortiça fique totalmente livre de contaminações. Depois de fervidos, os pedaços da casca ficam mais retos e muito mais fáceis de serem trabalhados.

Cortes e separação

Os pedaços de cortiça já fervidos são levados para uma nova triagem e processo de corte. Aqueles que podem produzir uma rolha de alta qualidade são manualmente cortados em uma espécie de cano de corte, que “entra” na casca e realiza o corte no tamanho correto do produto.

Os pedaços que sobram ou que não podem ser utilizados para que seja feita uma rolha integral são levados para a produção de rolhas técnicas, que somam estes pedaços em um conglomerado de cortiça, geralmente utilizado em vinhos mais baratos ou outras garrafas e produtos.

O cortador da cortiça, nas fábricas mais tradicionais, precisar ter uma série de habilidades. Além dos requisitos técnicos, é necessário que ele saiba exatamente onde a máquina deve furar a casca para que a rolha produzida seja da mais alta qualidade possível.

Controle de qualidade

Atualmente, as fábricas de grande porte utilizam-se de máquinas automatizadas de análise da qualidade do produto final, separando-as entre os níveis de acabamento. Além disso, é comum que elas sejam manualmente analisadas e separadas.

Uma vez realizado o controle da qualidade, a rolha está pronta e é vendida para as vinícolas, para que possam tampar suas garrafas.