A cachaça é uma bebida típica do nosso país, e uma favorita entre os brasileiros e todos os estrangeiros que visitam as nossas terras. A bebida tem uma tradição forte por aqui, já que é produzida desde os tempos coloniais, surgindo por volta de 1530. Surgindo tão próxima do descobrimento do Brasil, a história da cachaça acaba se misturando com a história do país em um grande número de episódios, participando em episódios comerciais até de grandes movimentos políticos.
A história da cachaça é, no mínimo, interessante. A seguir, iremos falar sobre alguns dos principais episódios da vida da cachaça, desde o seu surgimento, até os dias de hoje.
A origem da cachaça
Como é o caso com muitos drinks e bebidas alcoólicas, é muito difícil dizer exatamente como a cachaça surgiu, ou onde e quem destilou a primeira cachaça. Uma certeza que temos, é que tudo começou quando os portugueses foram à Ilha da Madeira e trouxeram a cana de açúcar, assim como as técnicas de destilação conhecidas na época. Depois disso, temos duas possíveis versões para a origem da pinga.
A primeira, diz que foi um escravo quem acidentalmente descobriu a cachaça. Essa versão diz que o escravo deixou um caldo formado durante a fervura da cana armazenado e, com o tempo, o líquido fermentou e assim surgiu a cachaça. A outra versão da história conta que a cachaça surgiu nos primeiros engenhos de açúcar do país, e que os portugueses inventaram a bebida após aprender as técnicas de destilação utilizadas pelos árabes.
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De bebida dos escravos ao gosto popular
Nos primórdios da vida da cachaça, a bebida era conhecida como bebida dos escravos, e servida somente para lhes dar forças para encarar suas árduas rotinas de trabalho. Mas, com o tempo, a bebida passou a fazer sucesso entre a população geral, e passou a ser comercializada para o público. Por ter sido descoberta no início da história do país, a cachaça acabou crescendo com o Brasil, acompanhando seus ciclos econômicos e expansões territoriais, se popularizando por todos os cantos.
Problemas com o governo
Passados mais de cem anos do seu descobrimento, a cachaça era um grande sucesso de vendas no mercado de bebidas da época, não só dentro do país, quanto em vendas e trocas no exterior. O problema é que, durante essa época, os portugueses estavam produzindo e comercializando uma bebida feita do destilado da uva, e as vendas da cachaça eram muito superiores às da bebida portuguesa.
Para contra atacar, o governo português estabeleceu impostos gigantescos sobre os produtores da cachaça, tentando fazer com que a sua produção diminuísse. É claro que os produtores e o povo não ficariam calados e, com isso, aconteceu a Revolta da Cachaça, em 1660, onde os produtores enfrentaram o governo para acabar com os impostos sobre a bebida.
A cachaça na Conjuração Mineira
A Revolta da Cachaça não foi o único momento em que a bebida figurou em grandes momentos políticos da história do Brasil. O sucesso da cachaça apenas continuou, enquanto o destilado de vinho dos portugueses ia de mal a pior no mercado, o que fez com que o governo estabelecesse novas medidas de taxação e proibição da cachaça sobre os produtores.
Essas medidas da Coroa foram algumas das primeiras ações que despertaram o descontentamento do povo, que mais tarde culminaria na Conjuração Mineira. Por estar presente desde o começo do episódio, a cachaça virou um símbolo para os inconfidentes e, por isso, era servida nas suas reuniões de estratégia.
A cachaça atualmente
Depois de protagonizar papéis tão importantes na história do país, a cachaça recebeu fortes reconhecimentos do seu valor para a pátria. Para começar, em 1996, o presidente Fernando Henrique Cardoso declarou a cachaça um produto tipicamente brasileiro, o que estabeleceu normas na sua produção e comercialização dentro do país. Outro reconhecimento da bebida veio no Rio de Janeiro, nas mãos de uma lei que transformou a cachaça em um Patrimônio Histórico Cultural do estado.
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