A Uva Tempranillo faz parte das variedades destinadas especialmente à produção de vinho. É uma casta de uva tinta oriunda da Espanha e pertencente à família da Vitis vinifera, uma das mais conhecidas na Península Ibérica.
Seu nome científico é Vitis vinifera ‘Tempranillo’. E é dela que são obtidas bebidas como os vinhos Rioja e Ribeira del Duero. O último, por exemplo, tende a ser mais encorpado, com carga tânica maior; precisa de mais tempo para se abrir e revelar toda a sua exuberância ao palato.
Geralmente, os vinhos de Tempranillo são complexos, estruturados e elegantes quando passam por madeira. Seu estilo está entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux.
As bebidas podem trazer aromas de frutas vermelhas como morango, além de especiarias e caramelo. Porém, não é, por tradição, uma uva que resulta em vinhos de presença aromática forte, sendo mais exuberante em boca.
Quando existe uma complexidade aromática nas Uvas Tempranillo, ela é atribuída normalmente ao corte com outras cepas que, de preferência, proporcionem também mais acidez.
Tempranillo: história, características e curiosidades
A origem do nome Tempranillo provavelmente vem da palavra espanhola ‘temprano’, cujo significado é ‘cedo’. Afinal, há precocidade no ciclo vegetativo desta uva quando comparado ao das demais variedades tintas da região.
Não tem como falar de Tempranillo sem mencionar a Espanha, onde suas primeiras videiras foram plantadas. Tudo começou por volta do ano de 1.100 a.C., na região de Cádiz, próxima à Jerez de La Frontera, possivelmente por ação dos Fenícios.
Os primeiros vinhos Tempranillo eram pesados e adocicados. E durante a ocupação da Espanha pelos mouros, definitivamente, a produção da bebida não foi prioridade para os invasores. Resultado: estagnação da vitivinícola até meados do século XV.
Um salto no tempo e chegamos ao padrão de qualidade que conhecemos hoje, que surgiu no século XIX, após a crise da phylloxera.
Atualmente, a Espanha está entre os três maiores produtores mundiais de vinho. E a maior parte da bebida feita lá é elaborada com Uvas Tempranillo.
A estrela daquele país pode ser encontrada em forma varietal ou em cortes – com Graciano, Garnacha e Mazuelo, além de uvas internacionais, entre elas, Cabernet Sauvignon e Merlot, em menor escala.
Uma grande porção de seus vinhedos (70%) fica na área de Rioja, mas a Tempranillo está espalhada com nomes diferentes: Tinta de Toro (Toro), Tinta del Pais (Ribera del Duero), Ull de Llebre (Catalunha) e Tinto Fino (Ribera Del Duero Cencibel).
Além da Espanha, a Tempranillo é cultivada em Portugal, mais especificamente nas regiões do Douro, onde é conhecida como Tinta Roriz, e no Alentejo, com o nome de Aragonez. E mais: é produzida cada vez mais na Argentina e Austrália.
Jovens Tempranillos tendem a possuir corpo leve/médio. Geralmente, são macios e amistosos, precisando, assim, serem servidos levemente refrescados – algo em torno dos 15 a 16º, para demonstrar todo o seu poder de sedução e chegar à plenitude dos sentidos.
Harmonização das Uvas Tempranillo
Por ser uma espécie colhida mais cedo, ou seja, precocemente, ela conta com grande versatilidade. É possível fazer vinhos com ou sem madeira e em corte. Todos eles muito gastronômicos, em função da acidez balanceada e dos taninos domados.
Via de regra, a Uva Tempranillo combina com carnes de mamíferos e aves, especialmente as mais rústicas – por exemplo: galinha d’angola, caças e faisão. Vale a pena harmonizar também com lebre assada e paella; e morcella assada levemente apimentada e aromática. De forma geral, é uma boa pedida para acompanhar pratos de sabor médio a pronunciado.
Um bom vinho Tempranillo sem madeira, jovem, vivaz e levemente resfriado é perfeito e saboroso em dias mais quentes. Fica a dica para aqueles momentos de temperaturas mais elevadas!
E você, já conhece a Uva Tempranillo e todo o seu potencial?
Beba com moderação. Se beber, não dirija.
Até a próxima!
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