A Uva Isabel é uma variedade de uva tinta rústica e fértil. Para obter colheitas abundantes com ela, não são necessárias muitas intervenções de manejo. É adaptável tanto ao consumo de mesa quanto à produção de vinhos (branco, rosado e tinto).
Chegou ao Rio Grande do Sul entre 1839 e 1842, introduzida por Thomas Maister. Faz parte de uma espécie bastante difundida, a Vitis labrusca, originária da América do Norte, conhecida como uva americana. É adequada para sucos ou vinhos populares.
É um caso oposto ao das videiras pertencentes à família Vitaceae, que tem entre as espécies mais destacadas a Vitis vinifera, oriunda da Europa e produtora de variedades destinadas à fabricação de vinhos finos (por exemplo, a cabernet sauvignon). São cultivares que, via de regra, não servem para consumo direto – com honrosas exceções, como a uva do tipo Itália.
Estes detalhes servem para deixar claro o “lugar” da Uva Isabel no mundo dos vinhos. Mas voltando para ela…
A Isabel apresenta cacho pequeno e solto, formado por poucas bagas em tamanho grande. A cultivar Isabel conta com considerável potencial de produção de açúcar, podendo dar origem a vinhos sem necessidade de correção do mosto (vinho fresco retirado da fermentação) com sacarose.
Seu sabor é o típico das labruscas, um aroma forte e com acentuada tipicidade varietal. E a Uva Isabel ainda é utilizada para destilação ou produção de vinagre, além de fornecer suco de boa qualidade e servir para a fabricação de geleias e doces.
Geralmente, os produtos feitos com a cultivar Isabel precisam ser cortados com vinho ou suco de uvas tintureiras para que o resultado tenha a cor intensa que o mercado exige.
Entretanto, as deficiências de intensidade de coloração do vinho Isabel podem ser superadas por meio de um sistema de produção para vinho tinto.
O resultado costuma ser uma bebida típica e de distinguibilidade razoável; apreciada por muita gente, mas questionada por outras pessoas em relação às características sensoriais – cuja análise tende a evidenciar a falta de equilíbrio e maciez.
Isabel, Isabel Precoce… Saiba mais sobre esta uva
A Uva Isabel é a espécie mais cultivada em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Representa cerca de 45% de toda a uva produzida na região.
Seu bom desempenho nos climas tropicais do Brasil também é notado no Mato Grosso, Goiás, Triângulo Mineiro e Noroeste de São Paulo.
Tudo indica ainda que esta cultivar poderá ser uma alternativa interessante para a produção de vinho de mesa e suco na região do Vale do São Francisco. No entanto, ainda são necessários mais estudos a esse respeito.
Existe um clone da Uva Isabel chamado Isabel Precoce, que foi selecionado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Lançada pela Embrapa em 2002 como nova cultivar de uva tinta, ela é indicada para consumo in natura, elaboração de vinho de mesa e suco.
Um de seus destaques é a ampla capacidade de adaptação. Por essa razão, a área de Isabel Precoce vem aumentando nos diversos polos de fabricação de bebidas, estejam eles no Rio Grande do Sul ou nas regiões Nordeste e Centro-Oeste brasileiras.
A Isabel Precoce conta com as características gerais da Isabel, mas tem maturação antecipada em aproximadamente 35 dias. E mais: ela é uniforme, ao contrário da Isabel original, que apresenta normalmente bagas verdes intercaladas no cacho maduro.
Há tantas uvas e vinhos produzidos a partir delas que, muitas vezes, é difícil saber o que escolher, não é mesmo? Espero que o post de hoje possa ajudar você a entender melhor o tema e ficar mais consciente ao fazer sua opção por um produto ou outro.
Beba com moderação. Se beber, não dirija.
Até a próxima!
Deixe um comentário!