Aguardente, cachaça e pinga, só a menção desses nomes já faz os estômagos mais frágeis revirarem. Quem tem o estômago mais forte, pode até ficar mais animado, espera só um minuto, aguardente, cachaça e pinga não é tudo a mesma coisa?
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Apesar de serem um pouco parecidas e muita gente confundir uma com a outra, elas não são todas a mesma bebida. As diferenças não são muitas, e elas podem até se misturar uma com a outra em determinado momento, apesar disso, existem alguns fatores que fazem com que essas bebidas sejam distintas. A seguir, vamos conhecer exatamente o que faz essas bebidas serem semelhantes, e quais as particularidades que as separam.
Toda cachaça é aguardente, mas nem toda aguardente é cachaça
A cachaça e a aguardente são bebidas muito similares, uma vez que ambas são frutos da fermentação do caldo de cana, e o seu processo de fermentação é exatamente o mesmo. A sua principal diferença ocorre durante a fase de destilação dessas bebidas, pois enquanto a aguardente possui um teor alcoólico entre 38 e 54%, a cachaça acaba com uma graduação alcoólica entre 38 e 48%. Dessa forma, podemos dizer que toda cachaça é uma aguardente de cana, mas nem toda aguardente de cana se trata de uma cachaça.
A diferença também está no açúcar
Apesar de muitas vezes a cachaça ser somente uma aguardente mais fraca, pode acontecer de uma aguardente de cana com teor alcoólico menor do que 48% não poder ser considerada uma cachaça. Isso acontece devido a quantidade de açúcar adicionada à bebida durante o seu processo de produção. Dessa forma, se a quantidade de açúcar na fórmula for maior de 6g por litro, a bebida não pode mais ser chamada de cachaça, e sua denominação correta passa a ser, então, aguardente de cana adoçada.
Mas e quanto à marvada da pinga?
Tá certo, cachaça e aguardente podem não ser sempre a mesma coisa, mas e a pinga? Onde ela entra nessa história? Para explicar qual é a da pinga, precisamos voltar lá para 1600, quando a cachaça havia se tornado tão popular que estava ameaçando o mercado dos vinhos portugueses. Como resposta a isso, a Coroa Portuguesa acabou proibindo a comercialização da cachaça, o que, obviamente, não foi o suficiente para parar os seus produtores.
Para não perder toda a freguesia que a cachaça gerava, os produtores da bebida precisaram ficar um pouco mais criativos e começaram a produzir a bebida de forma ilegal, mas criaram novos nomes para ela, de forma que pudessem disfarçá-la da fiscalização da Coroa Portuguesa. Historiadores e especialistas estimam que foram criados mais de 600 nomes diferentes para a cachaça produzida de forma clandestina. Um deles caiu tão bem nas graças do povo que chegou a virar o apelido da cachaça: a pinga.
Para não ter mais dúvidas
Com isso, a pinga e a cachaça são exatamente a mesma bebida, a primeira sendo apenas um nome mais coloquial para a segunda. Enquanto isso, a cachaça e a aguardente são muito similares entre si, passando pelo exato mesmo processo de fermentação. A diferença entre as duas está no seu teor alcoólico, pois a aguardente de cana costuma ser um tanto mais forte do que a cachaça. Entendeu?
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